[FUTEBOL A OESTE] Rodada 03 - Marília 0x0 Grêmio Prudente
Empate sem gols no Bento de Abreu.
Em partida válida pela 3ª rodada da Copa Paulista 2023, o Grêmio Prudente, atuando no Estádio Municipal Bento de Abreu Sampaio Vidal, em Marília, empatou com a equipe da casa em 0x0, e somou mais um ponto em sua campanha junto ao Grupo 1 da competição.
No que se refere à montagem da equipe, a comissão técnica prudentina fez opção pela manutenção da consolidada estrutura coletiva - modelada a partir de um 4231 -, e pela composição do grupo de atletas considerados titulares nesse início de Copa Paulista.
A única modificação constatada de início foi justamente a inversão dos meio-campistas/atacantes abertos, Cesinha e Bozó, ajuste reproduzido da partida anterior, contra o Comercial, e pontuado na respectiva postagem. Logo, Cesinha posicionou-se pelo lado esquerdo, ao passo que Bozó partia da faixa direita ofensiva.
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[1o tempo] Estruturação e composição inicial. |
Sobre a partida em específico, maior ímpeto ofensivo da equipe mandante no período inaugural, certa pressão coletiva a partir de bolas longas direcionadas à primeira linha defensiva da equipe adversária, retomada de segundas bolas no meio-campo e tentativas de aceleração pelas faixas laterais.
Em toda a partida, diga-se, minoritárias as iniciativas de construção curta da posse de bola por parte da equipe do Marília, que se limitou a investidas em bola longa e à tentativa de ocupação física do campo ofensivo.
A despeito do reconhecido impulso ofensivo do time mandante nos minutos iniciais da partida, a equipe prudentina se mostrou, uma vez mais, segura e firme em termos de comportamento coletivo defensivo, recompondo-se em 442, e postando-se de forma compacta em bloco médio. Em números, durante a primeira etapa, concedidas apenas três finalizações à equipe do Marília, duas do interior da área e nenhuma caracterizada como grande oportunidade.
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[1o tempo] Mecanismo defensivo. |
Nesse ponto, em simultaneidade, e em virtude da dificuldade coletiva da equipe prudentina em acionar Luquinha Bozó pela faixa direita - jogador essencial para o bom funcionamento ofensivo da equipe -, na medida em que majoritariamente a construção coletiva da posse se dá a partir do lado esquerdo, promovida nova inversão dos meio-campistas/atacantes abertos, de modo que Bozó retornou ao lado esquerdo, espaço de posicionamento em relação ao qual, por característica individual, se sente mais confortável em campo.
Em análise própria da sistemática do jogo, levando em consideração o contexto específico de cada partida - desde a perspectiva individual e coletiva da própria equipe até a composição, estruturação, caracterização individual e coletiva da equipe adversária -, a interpretação do movimento de inversão dos atletas é extremamente válida e inteligente, a representar a existência de repertório coletivo, adaptabilidade coletiva e por parte dos atletas, e capacidade de ajuste e modulação frente aos obstáculos impostos pelos adversários. No caso em concreto, efetivo o movimento no contexto da partida contra o Comercial, e novamente efetivo na conjuntura diversa da partida contra o Marília.
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[1o tempo] Mecanismo ofensivo 02. |
Pois bem, a referida modificação tática atribuiu a Cesinha a função de ocupação da amplitude pelo lado direito, enquanto trouxe Bozó para a área de maior e melhor progressão e circulação da posse de bola da equipe prudentina. Com isso, o emergente mecanismo ofensivo da equipe de Ademir Fesan aproximou Felix, Leocovick, Matheus, Rafinha, Bozó e Madalena no sentido da organização ofensiva e da progressão qualificada da posse de bola, consolidando certa superioridade do Grêmio Prudente a partir do minuto 15'.
Não à toa, como forma de exemplificação da sistemática coletiva ofensiva e de sua efetividade, a melhor oportunidade da equipe no primeiro tempo, finalização de Rafinha aos 17', foi construída pelo lado esquerdo desde a saída de bola de Felix, excelente passe de Leocovick em diagonal para o pivô de Madalena - a conexão entre o lateral-esquerdo e o atacante central, inclusive, tem funcionado bem, e está em franco desenvolvimento -, que serviu o camisa 10 prudentino, arremate firme defendido pelo arqueiro adversário.
Até o intervalo da partida, geradas ainda mais três finalizações da equipe prudentina - contra apenas uma da equipe adversária, oriunda de erro pontual de Potiguar no centro do campo -, sendo a melhor delas em cobrança de falta direta de Bozó aos 44', para a excelente defesa do goleiro do MAC.
Em síntese, importante a demonstração de segurança defensiva por parte da equipe prudentina nos minutos iniciais, suportando bem a tentativa de pressão exercida pela equipe mandante, e, posteriormente, efetiva a modificação gradual de comportamento coletivo em ordem a estabelecer certa superioridade em termos de controle mesmo que fora de seus domínios, o que comprova força e potencial coletivo da equipe. Destaque para a atuação de Matheus Silva no meio-campo prudentino.
No intervalo, alteração pontual no Grêmio Prudente: ingresso de Felipinho na vaga de Cesinha. A opção técnica pela entrada imediata do meio-campista/atacante lateral, que retornava de suspensão automática após expulsão na partida de estreia, claramente se deu em consequência do cenário de maior segurança e controle assumido pela equipe prudentina ao término da primeira etapa, e sinalizava a intenção da comissão técnica prudentina em potencializar ofensivamente a equipe, agregando profundidade e aceleração nas transições ofensivas pelo setor direito.
Retomada a partida, e tal como havia ocorrido no início do primeiro tempo, maior ímpeto ofensivo por parte da equipe do MAC, sobretudo em razão de certa retomada do controle da posse de bola e do ritmo da partida, circunstâncias provenientes de ajuste defensivo efetuado pela equipe na faixa central do campo - marcação e acompanhamento individual -, a combater a progressão da posse e mitigar o controle das ações por parte dos meio-campistas da equipe prudentina, conjuntamente às iniciativas de pressão em bloco mais alto, dentro do campo adversário.
Com o ajuste tático e a melhora da equipe mandante, equilíbrio na partida. Em conformidade com o já exposto, a equipe do Marília, a despeito de ter a iniciativa das ações em períodos do jogo, não demonstrou repertório ofensivo extenso, limitando-se às bolas longas e acelerações pelas faixas laterais, e, alcançado o terço final do campo, às bolas cruzadas ou alçadas em direção a área da equipe prudentina. Sólida a primeira linha defensiva do Grêmio Prudente, não houve real e concreta oportunidade de gol em toda a partida.
No que diz respeito ao comportamento da equipe visitante, compactação defensiva em bloco médio e foco na transição ofensiva em velocidade.
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[2o tempo] Estruturação e composição inicial, e mecanismo defensivo. |
A primeira transição efetiva, no entanto, se deu apenas aos 63', com a ação de Madalena no pivô, a aceleração e o passe de Bozó em profundidade para encontrar o movimento em diagonal de Felipinho, finalização longe do alvo.
Aos 69', dupla alteração, entradas de Thiago Nonato e Brown nas vagas de Madalena - de boa atuação individual no que se refere à movimentação e às ações do atacante de costas para o gol adversário, no pivô, possibilitando a continuidade das transições ofensivas da equipe -, e de Rafinha.
Ocorre que, embora tenha sido possível observar a intenção da comissão técnica na promoção das modificações - em específico, atribuída à Nonato a função de Madalena como atacante centralizado, ao passo que Brown ocuparia o corredor direito, enquanto Felipinho seria deslocado para a faixa central do meio-campo, em posicionamento similar ao de Rafinha -, parte da estratégia foi prejudicada tão logo Felipinho sentiu lesão, e foi substituído aos três minutos depois, aos 72'.
A entrada de Rodrigo na vaga de Felipinho, portanto, esteve intrinsecamente conectada com a lesão deste atleta prudentino, substituição emergencial e não estratégica. De qualquer modo, a presença de Rodrigo em campo, posicionando-se à frente de Matheus e Potiguar, contribuiu tanto para a renovação da energia e da disposição da equipe, quanto para o preenchimento dos espaços no centro do campo e para o acréscimo do componente físico no combate às investidas da equipe adversária, embora não tenha sido elemento a potencializar ofensivamente a equipe no restante da partida.
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[2o tempo] Mecanismo defensivo 02. |
Ao final, a comissão técnica prudentina ainda promoveu a estreia do contratado Lucas Costa na competição. Com a entrada do defensor na vaga de Luquinha Bozó, Guizão foi adiantado para um plano superior pelo lado direito, enquanto Lucas compunha a linha defensiva pelo mesmo lado, Brown, por sua vez, foi realocado para o corredor oposto.
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Do mais, inalterado o cenário, a partida transcorreu sem grandes oportunidades até o apito final.
Partida muito truncada e disputada em termos físicos, pouco fluida e criativa, e de ínfima iniciativa ofensiva por parte da equipe prudentina na segunda etapa, que se limitou à conter os avanços do MAC e assegurar o empate fora de casa.
Em linhas gerais, de se ressaltar mais uma demonstração de segurança defensiva da equipe prudentina, competente em assegurar resultado positivo fora de casa contra adversário direto no Grupo 1, porém, notável a ausência de ímpeto e ambição ofensiva ao longo da partida, uma vez que efetiva a estratégia inicial conservadora e construído, oportunizado gradualmente cenário de imposição ofensiva natural, a ensejar placar ainda mais favorável.
Breves estatísticas da partida:
Seguimos!
Afinal, a bola não entra por acaso.
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