[FUTEBOL A OESTE] Rodada 17 - Grêmio Prudente 3x1 União Suzano

     Enorme vitória do Grêmio Prudente no Prudentão! 

     Em partida válida pela 17ª rodada do Paulistão A3 - correspondente a 2ª rodada da 2ª fase de grupos da competição -, a equipe de Ademir Fesan superou o União Suzano, conquistou a segunda vitória seguida em dois jogos disputados, e se isolou na liderança do Grupo 3. 

     Sobre a partida, manutenção da estrutura coletiva, consolidada a disposição tática habitual a partir de um 4231, e apenas uma alteração pontual em termos de composição: entrada de Assuério na vaga de Rafinha no meio-campo, em conformidade com opção técnica da comissão prudentina. 

[1o tempo] Estruturação padrão inicial.

     A equipe do União Suzano, por sua vez, adentrou ao campo de jogo dispondo-se a partir de um 343, muito fluido e agressivo. Mais especificamente, a equipe comandada pelo treinador Laécio Aquino adotou, defensivamente, comportamento de pressão em bloco alto, encaixando seus jogadores em confrontos individualizados contra os atletas da equipe prudentina, dificultando ao máximo a saída curta, a construção qualificada da posse de bola no campo adversário. 
       
     Ofensivamente, a estruturação de saída de bola composta por três defensores primários, aliada à fluidez e ao dinamismo proporcionado pelos dois meio-campistas centrais da equipe, Brendon e Guilherme, impossibilitava as iniciativas de pressão e retomada adversárias, e empurrava ainda mais a equipe prudentina para seu próprio campo, resultando em períodos de tranquila manutenção da posse e de superioridade de ações ofensivas. 

     Em suma, a estruturação coletiva e a postura corajosa da equipe do União Suzano - comunhão entre o eficiente comportamento defensivo e a prevalência em termos de controle de ritmo e ações ofensivas -, condicionaram o jogo na maior parte da primeira etapa, de forma que materializaram ampla superioridade da equipe adversária no Prudentão. 

     Quanto ao comportamento da equipe do Grêmio Prudente, conforme cenário posto, defensivamente condicionada à disposição coletiva em bloco baixo, e combativa tão somente a partir do faixa central do gramado.
     
     Em termos ofensivos, inicialmente sem qualquer êxito no sentido de construção curta e qualificada da posse, restando as ineficazes iniciativas em bolas longas em direção a Édipo, referência ofensiva, e as extremos que, em movimento diagonal, tentavam ocupar os defensores adversários, mas foram majoritariamente superados nos embates físicos individuais.  

[1o tempo] Mecanismo defensivo padrão.


[1o tempo] Mecanismo ofensivo padrão.

          Ainda que o contexto, sobretudo nos vinte, vinte e cinco minutos iniciais, fosse de superioridade da equipe do Suzano, em razão da consistência defensiva da equipe prudentina, não foram criadas grandes oportunidades de finalização a gol. Ou seja, embora o controle do ritmo e da posse fosse da equipe adversária, defensivamente o Grêmio Prudente se portou bem, resistindo às iniciativas, limitando a progressão do time adversário no terço final do campo, e coibindo finalizações perigosas. 

     Pois bem, aos 18', em ocasião da lesão de Rodrigo, a comissão técnica optou pela entrada de Rafinha, meio-campista comumente titular da equipe. Surpreendentemente, a iniciativa da comissão prudentina foi pelo ingresso do jogador na função do companheiro substituído, isto é, na ocupação de faixa mais recuada no campo, composição defensiva alinhada a Potiguar ou a Assuério, em variação entre um esquema em 442 e 451, respectivamente.   

[1o tempo] Variação de mecanismo defensivo.

     Ao largo de qualquer juízo de valor em relação às reais intenções da substituição, o fato é que a entrada de Rafinha representou divisor de águas para a desempenho da equipe prudentina na partida.

     Isto porque, embora o contexto da partida tenha se mantido até o intervalo, a ocupação daquela determinada faixa de campo em específico por atleta atribuído das características individuais de Rafinha potencializou as transições ofensivas da equipe do Grêmio Prudente, que passou a encontrar as janelas de passes para o meio-campista, que, por sua vez, utilizando-se da sua capacidade técnica de passes e lançamentos, acelerava a transição da equipe, preocupando e efetivamente lesando a equipe adversária pela primeira vez na partida. 

     Além disso, a gradual mudança de panoramada se deve também ao fato de que o comportamento particular de Rafinha, ativo e agressivo em termos defensivos durante a partida, proporcionou um ajuste relevante à equipe, uma vez que o meio-campista, em iniciativas de pressão e combate em plano mais alto do campo, se desprendia da linha dos meio-campistas e pressionava de forma eficiente os volantes da equipe adversária, dificultando a saída em superioridade numérica da equipe de Suzano.  

[1o tempo] Variação de mecanismo defensivo 02.

     Em decorrência - e em ilustração, de certa forma - das circunstâncias evidenciadas, aos 40', aberto o placar com Wandson, após excelente transição ofensiva da equipe, iniciada com o corte aéreo de Biazus, passe inicial de Potiguar, e tabela rápida entre Wandson e Rafinha, que assistiu o companheiro em profundidade, para a finalização cruzada de perna esquerda. 

     Placar favorável ao intervalo, em enfrentamento de cenário muito adverso, mérito da equipe de atletas, e do ajuste realizado pela comissão técnica. 

       Logo no início da segunda etapa, no entanto, após o processamento de duas alterações pela equipe do União Suzano, aos 47', em iniciativa de bola cruzada pelo lado direito ofensivo, o artilheiro da equipe, Patrick, que havia entrada no intervalo, antecipou Freire e empatou a partida de cabeça. 

     Independentemente do resultado, visível a injeção de ânimo, o ímpeto ainda mais agressivo da equipe visitante, sobretudo em relação às ações ofensivas com o alas pelos lados do campo, as quais, majoritariamente, buscavam a finalização de Patrick na área prudentina.  

     Em leitura da partida após o empate, equilíbrio, com alternativas e iniciativas de lado a lado. A equipe do Grêmio Prudente, a seu turno, impactada pelo empate imediato, continuava a se compactar em bloco médio na maior parte do tempo, e criar oportunidades nas transições ofensivas, e também em bolas paradas, sempre na batida de Rafinha - Luquinha em jogada ensaida, e Biazus tiveram boas oportunidades.

     Aos 63', ingressos de Affonso, Adailson e Elias, nas vagas de Assuério, Wandson e Édipo, respectivamente. Opções muito interessantes e pertinentes, importante destacar, fundamentais para a reestruturação da sistemática coletiva da equipe em médio prazo, e para a consolidação de uma superioridade em termos de energia, imposição física nos duelos individuais e velocidade nas transições durante o restante da partida. Excelente ação da comissão técnica, me permito avaliar.   

[2o tempo] Variação de composição.

     Simultaneamente, e de forma natural, haja vista a exigência física inerente à qualquer postura agressiva praticada ao longo de uma partida, a gradual perda de intensidade e harmonia coletiva por parte da equipe do União Suzano no comportamento de pressão em bloco alto passou a gerar diversos espaços de progressão e transição ofensiva para a equipe mandante, ainda que em período imediatamente posterior às mudanças referidas, e em consequência de pontuais erros individuais de defensores da equipe prudentina, a equipe visitante tenha criado boas oportunidades de gol. 

     Aos 69', em nítido cenário de perda de intensidade defensiva por parte da equipe visitante, a ótima ação individual em diagonal de Adailson encontrou Affonso às costas dos volantes adversários, que, de primeira, deixou Rafinha em boa condição de finalização: 2x1 em arremate cruzado do meio-campista símbolo da retomada da competitividade da equipe dentro da partida. 

     Com a vantagem no placar - e ante à referida queda de intensidade por parte da equipe de Suzano, aliada à notória instabilidade emocional dos atletas em decorrência da virada sofrida e de mais uma derrota computada -, ainda mais cômoda a postura majoritariamente reativa por parte da equipe prudentina, a explorar mais e cada vez melhor as transições ofensivas. Nesse aspecto, excelentes as atuações de Affonso e Adailson. 

     Ainda na parte final do jogo, como medida a reforçar a última linha defensiva da equipe, e em resposta às tentativas aéreas adversárias, Giovanni substituiu Luquinha, estruturando, então, a equipe a partir de um 451. 

[2o tempo] Variação de composição 02.

     Aos 81', a transição ofensiva em velocidade funcionou uma vez mais, e decretou o resultado final da partida com um belo gol coletivo do Grêmio Prudente. Dessa vez com Rafinha recebendo de costas, o homem mais solto à frente naquela altura, invertendo o lance para a velocidade de Adailson pelo lado esquerdo, que acionou a espetacular ultrapassagem de Cesinha em profundidade, para a assistência a Affonso dentro da área, finalização tranquila, precisa, chapada com categoria no canto do goleiro, 3x1. 

     Em resumo, enorme resultado da equipe prudentina, tanto no que diz respeito à classificação - alcança a liderança isolada do Grupo 3, e, com 12 pontos ainda por disputar, encaminha classificação à semifinal -, quanto em termos de desempenho e confiança no trabalho desenvolvido, isto porque conquista resultado favorável ante cenário muito competitivo e desafiador, em ocasião de enfrentamento no qual foi superado coletivamente em significativa parcela do tempo de jogo, e ainda assim encontrou alternativas, expandiu repertório e obteve o desfecho positivo. Mérito total do grupo de atletas e da comissão técnica.

     Por derradeiro, registro do resultado da outra partida do Grupo 3: São José 1x2 Desportivo Brasil.


     Seguimos! 

     Afinal, a bola não entra por acaso! 

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